sexta-feira, 12 de abril de 2013

Capítulo 22 Part 2 “Argentina!”

Boa tarde melhores leitoras do mundo <3

Queria pedir desculpa pela demora neste capítulo, os motivos são a escola (como sempre!) e peço desculpa e por isso escrevi um mega capítulo com 11 (onze páginas A4) em tamanho 12, e só com algumas imagens, claro representativas. Espero que gostem e deixem os vossos comentários ou pelo menos "reações" no final do capítulo. 
Não sei se vos serve de consolo mas o próximo capítulo será... Surpreendente e talvez bombástico. Vou tentar ser breve. 
Beijinhos, adoro-vos minhas leitoras lindas :)

Rita Carvalho
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-Claro que vou meu bem! – Abracei-o. – Mas ninguém da tua família está á minha espera… Para além da tua mãe, ninguém sabe da minha existência. – Olhei para ele e ele sorriu. Deu-me um beijo na testa e respondeu:

-A minha família está toda á tua espera! Estão todos ansiosos por te conhecer porque em primeiro és minha namorada e em segundo a minha mãe falou muito bem de ti! – Senti-me corar. Tinha ficado com a sensação que a senhora não gostava de mim mas pelos vistos iludi-me.

-Já te disse que tenho o noivo mais lindo do mundo? – Ele acenou negativamente com a cabeça. – Pois mas tenho! E olha não é por nada mas eu nem roupa tenho… Adormeci numas cadeiras do aeroporto e roubaram-me neste momento tenho a roupa do corpo e pouco mais.

-E achas que eu me preocupo com isso? O que interessa é que estejas comigo, o resto é bem material. Na Argentina tratamos de comprar roupa para ti porque neste momento o que importa é apanharmos aquele avião que as portas até se estão a fechar…

-Vamos. – Dei-lhe a minha mão e a hospedeira de bordo levou-nos até ao avião, fomos os últimos a entrar e instalamo-nos nos únicos lugares vagos que haviam naquele avião, que por acaso era junto ao mini-plantel de argentinos encarnados (o Pablo Aimar que vinha acompanhado da sua esposa e dos seus 3 filhos, o Enzo Pérez, que vinha acompanhado da mulher e do filho, o Salvio, acompanhado da esposa e do filho e o meu já conhecido e amigo Garay que não levava companhia, era apenas ele, e pensei para mim mesma porque razão não levou a Qeu, apesar de companheira será a mãe do seu filho). Sentamo-nos nos únicos lugares disponíveis próximos deles e logo perguntou o Enzo num português semelhante ao do Nico:

-E esta menina é a famosa Rita? – Senti-me corar e se houvesse um buraco naquele avião tinha-me lá escondido. Famosa?

-Eu não te disse que eras uma grande escritora? Sim mas aviso já que ela é famosa mas é minha! – Deu-me a mão e deu um beijo rápido nos meus lábios.

-Osvaldo Nicolás! – Disse olhando-o e causando uma risota geral. – Achas que isso são maneiras de apresentares a tua namorada, ou melhor noiva?

-Que é que andamos a perder menino Nico? Primeiro não temos direito a apresentação oficial e depois já não é namorada é noiva.

-E tu que não te metesses Pablo! – Repreendeu o Salvio. – Secalhar a Rita é envergonhada e quis esperar pelo casamento.

-Eu é que pedi para esperar mais um tempo… Afinal não é todos os dias que se conhece o plantel encarnado. – O Nico começou-se a rir e cruzou as nossas mãos. – Estás a rir do quê namorado lindo? – Dei-lhe um beijo na bochecha.

-Estou a pensar que tu és linda! – Demos um beijinho á esquimó. – E já te disse que mesmo corada ficas linda?- Corei mais uma vez. Estava realmente mais querido desde que nos encontramos no aeroporto.
-Realmente o amor às vezes é mesmo chato! – Comentou o Ezequiel. Ficamos todos a olhar para ele sem entender, talvez só eu e o Nico soubéssemos da história dele.

-O amor só é chato quando as pessoas não lhe dão o devido valor! – Mandei-lhe uma indireta bastante direta. Sabia que a minha prima de santa não tinha nada mas ela só é conquistada com muito esforço e ele desistiu dela mas eu compreendo depois do que ela fez.

-Meninos calma. – Disse o Nico. Ele sabia que quando me enervava não me calava e que respondia demasiado torto e não queria que isso acontecesse. – Não se enervem por favor que isso faz-vos mal ainda por cima dentro de meses são da família! – A sério Nico? Tinhas que partilhar essa informação com todos?

-Família? – Perguntaram todos os que nos acompanhavam em coro.

-Sim. – Disse o Ezequiel. – Vou ser pai.

-Deixa-me ver se percebi. – Disse o Salvio. – Tu engravidaste a noiva do Nico? – Perguntou olhando para mim e eu soltei um sorriso, o Nico é que não achou muita piada e olhou para ele sério.

-Deus me livre! – Disse o Ezequiel.

-O único homem de quem engravidarei será o meu Niquinho. – O Enzo e o Aimar começaram a rir-se do diminutivo que lhe havia dado. – E estão-se a rir do quê não engravidaram as vossas mulheres? – Remeteram-se todos ao silêncio mas o Ezequiel olhou-me e respondeu:

-Eu não engravidei a minha mulher! – Disse convicto. – Ela quis engravidar de mim!

-Estás a esticar a corda e ao comprido Ezequiel. – Concluiu o Nico.

-É impressão minha ou estás a chamar vadia á minha prima? Ela não é dessas tuas amigas que tu tanto tens que se deixam logo conquistar! E não te admito nem agora nem nunca que fales mal da Qeu! Ela pode ter muitos defeitos mas não deixa de ser sangue do meu sangue! – Disse já furiosa com ele.

-Tem calma amor, isso só te faz mal. – Disse o meu namorado mas a minha vontade era de o mandar calar e continuar a resmungar com o Ezequiel. – Eles sabem o que fazem.

-Não, não sabemos! – Disse o Ezequiel furioso. – Sabes porquê? Ela está grávida e fez-me o que fez, achas mesmo que se pudesse escolher ela seria a mãe do meu filho?

-Para ser mãe do teu filho não pode ser mas para as levares para a cama para umas voltinhas já está tudo bem. Desculpa se ela é difícil e te oferece luta, ela não é fácil como as tuas amiguinhas que basta mostrares a tua conta e elas caem a teus pés! E que eu saiba quem foi atrás de quem foste tu atrás dela! – Tinha de arranjar argumentos para concluir aquela discussão odiava não acabar com razão.

-Já chega! – Disse o Nico. – Se não se entenderem ficamos nós com a criança! – Olhei eu e o Ezequiel para o meu amor. O que queria ele dizer com isto?! – Desculpa lá Ezequiel mas foste homenzinho para ires atrás dela e engravidares então também és homem para educar o TEU FILHO! – Disse erguendo a voz nestas últimas duas palavras. – E agora já chega esta conversa que eu e a minha pequena temos muito que falar. – Deu-me a mão e fez-me sentar no seu colo. Aconcheguei-me no seu peito e “aninhei-me” no seu peito.

-Amor precisamos de falar. – Disse o Nico ao meu ouvido. – Sobre tudo.

-Sobre o quê amor?

-Sobre o motivo da nossa zanga, sobre o pedido de casamento.

-Queres mesmo falar sobre isso? – Acenou positivamente com a cabeça.

-Porque é que disseste que estavas grávida? – Abri a boca para responder mas ele pôs o dedo indicador. – Talvez o tenhas feito com medo de me perder mas confia em mim! Nunca te dei motivos para desconfiares e eu confio em ti a 100%, eu amo-te e tu a mim. Mas é natural algumas inseguranças, mas o que importa é que estamos juntos, temos de pensar e viver o presente! Aguentamos tudo, conheces a minha mãe, eu conheço a tua família, vivemos a história do Ezequiel e da Qeu e se eles o pouco que falam, devem-nos a nós! Estamos juntos há 3 meses! Temos muito que contar! – Não sabia o que responder olhei para ele e aconcheguei-me ainda mais nele. E ele continuou. – Quanto ao pedido de casamento. – Engoli aquelas palavras em seco. – Eu não me arrependo do que fiz e sei qual é a tua resposta, há pouco disseste aos meus colegas. Mas vamos recomeçar pode ser? Vamos não digo esquecer o pedido de casamento, viver mais algum tempo juntos e depois pensamos nisso. Agora quero é que te preocupes contigo, com a tua felicidade e os teus sonhos. E se isso significar deixares-me para o teu bem, eu admito que me custará mas mentalizar-me-ei que é o melhor para ti! E isso é o mais importante! – Apertou-me ainda mais nos seus braços. Respondi-lhe:

-Na verdade eu quero e muito ser mãe, é um dos meus sonhos mas eu sinto que ainda sou jovem… Eu sei que a Qeu até é mais nova, está separada do pai do menino e não tem condições para o ter, mas eu sinto que ele também é em parte meu filho entendes? Ela é como uma irmã para mim e eu vou fazer tudo por ele, mesmo que o pai não o faça! Não me interessa que seja meu filho, afilhado, sobrinho ou que lhe quiseres chamar, eu vou estar na vida daquele pequeno ser! Um dos meus sonhos é ter imensos bebés em casa e divertir-me a ser mãe e de preferência fazê-lo a tempo inteiro. Mas agora vivo para esta relação e estou completa. Quero editar o meu livro sabes? Quero conhecer países, sentir-me segura, viva e jovem, mas quero ficar ao teu lado e se isso significar abdicar dos meus sonhos eu faço-o sem hesitar! Tanto é que estou neste avião, com a roupa do corpo, pouco mais e estou a teu lado. Quanto ao casamento concordo totalmente! Mas como é que vais dizer isso á minha família e mais tarde á tua mãe que é bem capaz de ter dito á tua família. – Conclui eu. Secalhar era demasiado jovem para casar, Secalhar ainda tinha um lado infantil para esquecer e eliminar, tinha que evoluir antes de ser mãe, antes de casar e talvez esta experiência da Qeu assim ajude, com o Rodrigo eu cresci bastante, até porque ia ser madrinha dele.

-Pois isso é que é pior… - Coçou a parte de trás da cabeça. – Não falei com ela, esqueci-me completamente! – Bati com a mão na cabeça. – Mas não faz mal eu falo calmamente com a minha mãe e explico. Mas até lá vamos é aproveitar esta viagem para matar saudades porque eu tive muitas! – Beijou-me o pescoço e senti um arrepio por todo o meu corpo.

-Essas saudades que tu tanto tens não são para se matar no avião com montes de pessoas ao pé de nós.  – Sorri. – Oh amor estou-me a sentir estranha… - Comecei a sentir umas dores no meu ventre e uma dor de barriga que ou muito me enganava se alastrava para toda a barriga e a tendência era sempre para aumentar. Apertei a minha barriga com os braços. E ele olhou-me e perguntou:

-Que tens meu amor? – Aconchegou-me nos seus braços. – Já comeste? Queres tomar alguma coisa? Que sentes? – De repente estava a ser bombardeada por perguntas e não sabia como lhe explicar mas sabia perfeitamente o porquê daquelas dores…

-Não é nenhuma gravidez descansa… - Disse notando-o triste. – Não é fome, nem aquelas tonturas, não te preocupes com isso. É aquilo… - Ele olhou-me sem entender nada do que estava a falar, posso acrescentar que parecia um burro a olhar para um palácio. – Em que dia estamos?
-Dia 22 porquê princesa?

-Está tudo dito! – Ele olhou-me sem entender nada da conversa. – Oh amor sabes as mulheres passam uma fase difícil no mês, em que normalmente não há festa para os homens…

-Eu sei o que é isso tenho uma irmã, uma mãe, uma namorada e antes de ti também tive namoradas.

-Então porque é que não te casaste com elas, que paciência! – Saltei do colo dele e sentei-me na cadeira que me pertencia.

-Juro que às vezes não te entendo! – Aconcheguei-me naquela fria cadeira comparada com o colo do Nico. Não tinha gostado da sua insinuação. – Preocupo-me contigo e a minha recompensa é esta… - Disse queixando-se.

-Desculpa lá queixar-me prometo que para a próxima estou calada. Agora vou dormir. – Agarrei a almofada que estava na bolsa do banco da frente, aconcheguei-me na cadeira e tentei adormecer.

-Fazes bem. Pode ser que essas malditas dores acabem. Quando chegarmos eu acordo-te meu bem. – Era impressionante este homem, apesar de ter sido rude com ele, o Nico continuava a ser um querido e a preocupar-se com a minha saúde e com o meu bem-estar. Eu sabia que tinha errado mas era demasiado orgulhosa par ao assumir.
Adormeci pouco depois no banco do avião, com esperança que as dores passassem e sucessivamente tudo o que causava, desde aquele mau humor até á vontade excessiva de mimos que tinha do Nico, desde os beijinhos, aos abraços, aos beijinhos á esquimó, das mãos cruzadas. E acordei algum tempo depois com um beijo na testa. Senti logo uma forte dor na barriga, não me conseguia levantar porque aquelas dores consumiam-me.

-Amor despacha-te que temos que ir apanhar o outro avião. – Disse o Nico enquanto apertava a minha barriga entre os meus braços.

-Não consigo amor. Estou a sentir-me muito mal com estas dores.

-Eu levo-te comigo. – Pegou-me ao colo e levou-me assim para fora do avião. Com muito cuidado desceu as escadas que nos levavam até ao chão e as dores só pioravam. Mas decidi ser forte e disse-lhe:

-Amor. – Ele olhou-me quase fazendo-me sentir uma menina indefesa, com medo e vergonha no colo do pai, á procura de segurança e de calma. É como se fosse o meu porto de abrigo, o único apoio que tinha no mundo e com aquelas dores eu precisava de alguém que me apoiasse. – Põe-me no chão, eu aguento.

-Tens a certeza? – Perguntou-me ele confuso.

-Mais ou menos. Mas experimenta. – Ele pousou-me vagarosamente no chão mas assim que a sola do meu sapato tocou no chão, senti uma falta de energia no meu corpo que me fez tombar, apenas tive tempo de dar a mão ao Nico e de sentir o meu corpo cair em direção ao chão.
Acordei alguns minutos depois deitada num conjunto de cadeiras do aeroporto e o Nico estava no chão ao meu lado. Olhei para ele e sorri. Mas um enjoo terrível tomou conta de mim, fiz sinal ao Nico para se desviar e senti um agonio terrível, como se fosse para vomitar e segundos depois acabei por fazê-lo. Ele agarrou-me, apertou-me o cabelo e pegou-me ao colo e levou-me até á casa de banho. Mas enquanto estava á porta das casas de banho, quase a entrar para a casa de banho dos homens eu digo:

-Oh amor, vamos para a das mulheres é melhor.

-Tens razão.  – Levou-me até á casa de banho das mulheres e passou a minha face por água. Senti-me melhor, talvez mais limpa. E quando demos conta estava a mulher do Salvio a sair da casa de banho que nos olhou e disse:

-Que fazem aqui? – Olhou-nos estupefacta. Ele respondeu:

-A minha princesa estava a sentir-se mal e vim passar a cara por água. E tu o que fazes aqui?

-O que é que achas? – Perguntou sendo sarcástica com aquelas palavras.

-Ah ok… - Disse o Nico.

-Magali posso pedir-te um favor? Daquele que as mulheres que as mulheres têm… - Ela sorriu e pôs a mão na mala pequena que a acompanhava e deu-me o que lhe pedi. Fui até á casa de banho e estava certa, aquelas dores tinham apenas uma justificação. Pedi ao Nico para sair da casa de banho para não incomodar as outras mulheres e ele assim foi. A Magali ficou á minha espera na casa de banho e eu tratei de mim. Sai da casa de banho e passei a cara por água, ela maquilhava-se e disse:

-Já tomaste alguma coisa para essas dores?

-Não mas depois de deitar tudo cá para fora normalmente costuma passar.

-Também sofria muito com essas dores antes de ter o meu filho.

-E passou-te depois do menino nascer?

-Sim. Sofria horrores com aquelas dores, passei muito mal. E depois dele nascer acabaram as dores. Já te convenci a fazeres a vontade ao Nico? – Disse sorrindo.

-Sim. – Disse convicta. –Quer dizer mais ou menos. Eu quero muito ser mãe e ele também quer apesar de nunca me ter dito diretamente mas ainda sou muito nova e talvez não esteja preparada.

-Eu também fui mãe muito nova mas senti que tinha encontrado o melhor pai para o meu filho, além disso já eramos casados. Estava tudo a nosso favor.

-Pois… - Disse constrangida, não eramos casados mas fazíamos tudo como se fossemos.

-Mas tu e o Nico não estão noivos?

-Ele já me pediu em casamento e eu acho que lhe respondi mais ou menos. Além disso também já tivemos um susto com uma gravidez.

-Queres contar? – Perguntou ela curiosa.

-Não te estou a aborrecer?

-Não, claro que não! Mas não quero que te sintas obrigada a fazê-lo!

-Nem pensar nisso! Só conto se quiser.
Contei-lhe a curta história que nos unia e o que se passara no avião, o cancelamento do casamento e a loucura que cometera por ele. A justificação de ter a minha perna naquele estado e ela foi-me logo buscar a muleta que deveria ter o Nico ou outro qualquer. Voltou com a mesma e continuamos com a conversa até que o telemóvel dela tocou, já não faltava muito para o avião partir. Demos a conversa por adiada e fomos ter com os nossos amores. O Valentino estava entretido a brincar com o pai e a Magali apresentou-me ao pequeno que simpatizou muito comigo e o Nico juntou-se á brincadeira e ficamos assim muito divertidos até durante a viagem no avião. O menino não sabia falar português e eu não sabia falar muito espanhol, por sorte o Nico punha-nos a falar, servindo ele de tradutor. Brincamos durante muito tempo mas depois acabamos por adormecer os três mas eu acordei pouco depois com dores que só se acalmaram porque a Magali me deu um medicamento que acabou por ter um efeito rápido e voltei a adormecer nos braços do Nico e coloquei o bebé ao meu colo que dormia sossegado. Fiquei apaixonada pela imagem de ver o Nico a cuidar de um bebé, talvez devesse pôr de lado os meus medo e construir o nosso futuro, talvez um filho não fosse uma ideia tão longínqua.
Acordamos algumas horas depois já a chegar a Buenos Aires, era a primeira vez que pisava o solo argentino e a ideia agradava-me. As dores já me tinham passado, mas agora doía-me a barriga, não era dores da fase que atravessava mas sim o nervoso miudinho que corria em mim, ia ficar num país totalmente desconhecido para mim, conheceria a família dele e estaria longe da minha família, não dominava o espanhol e não me sentia arrependida mas estava receosa, com medo. Despedimo-nos dos jogadores e respetivas famílias, cada um seguia um percurso diferente, e eu e o Nico, seguíamos o nosso caminho. Mas pela primeira vez senti pena do Ezequiel, ele estava sozinho e eu não sabia para onde ele ia, mas não queria deixá-lo assim. Aproximei-me dele enquanto esperávamos as malas e disse:

-Ezequiel. – Ele estava cabisbaixo e levantou a cabeça e olhou-me. – Onde vais passar este Natal?

-O Nico convidou-me para ir com ele. Mas eu não sei talvez aproveite esta temperatura e passe o Natal na praia.

-E porque não ficaste por Portugal junto do teu filho? – Perguntei com medo da sua reação mas sem medo.

-Porque o meu filho está com o padrasto e com a mãe. Não me queriam de certeza e eu quis vir até ao meu país para recarregar energias.

-Padrasto? Mas a Raquel nos últimos tempos só teve contigo.

-Ela começou a namorar com o João, o amigo dela.

-O Cancelo? – Ele acenou positivamente com a cabeça e eu sentei-me ao lado dele. – E tu como estás a reagir?

-Não estou. Prefiro não pensar sobre isso tenho pessoas que me amam e a minha família vou-me concentrar nelas.

-Acho que fazes bem mas enquanto isso vamos buscar as malas que o Nico está ali carregado e não vais ficar sozinho este Natal que eu não deixo. – Ele abraçou-me. Era mesmo disto que ele precisava de um apoio que eu lhe tinha dado, compreendi-a o seu lado da situação mas também conhecia a Raquel.
Pegamos nas malas e saímos daquele aeroporto, e começou a nossa viagem pela bonita capital. Pagamos ao taxista e ele levou-nos a dar uma volta por Buenos Aires, e todos os seus encantos, era realmente extraordinário.

A Avenida 9 de Julho onde se encontrava o famoso Obelisco

Plaza de Mayo

O local onde foi formado o primeiro governo nacional. Também nesta praça se encontram o Cabildo e a Casa Rosada. E também se reúnem as Madres de La Plaza de Mayo (onde as mães e avós dos que desapareceram durante o regime militar).


 Obelisco

 Casa Rosada
 Puerto Madero

E quando já nos preparávamos para ir para casa, ou para o hotel, para dizer a verdade não me tinham dito nem eu sabia acabei por perguntar em tom de desabafo:

-Então e o ponto mais conhecido de Buenos Aires?

-Qual? – Perguntou o Nico.

-La Bombonera! – Disse eu e o Ezequiel em coro.

O Nico pediu ao taxista para nos levar ao conhecido estádio e assim fomos.


Era um estádio bonito mas eu gostava mais da “minha Luz” e tinha capacidade para mais pessoas, além disso o clube do meu coração é e sempre será o Benfica. Visitamos o estádio por fora até porque já era tarde e fomos até casa do Nico.
Estava cansada daquele passeio durante todo o dia, apenas paramos para almoçar e foi o tempo apenas para comprar umas sandes e continuar viagem. O Nico deu as indicações ao taxista e lá fomos nós para casa dele, bem juntinho á praia e que me fazia derreter, adorava dormir com vista para o oceano, com vista para o mar. Sentia uma paz única e bonita. Sentia-me em paz com o mundo e com a vida, sentia-me bem e com o meu namorado sentia-me ainda melhor. Acabaram por pagar ao senhor e pegamos nas malas e fomos até casa dele. Havia um carro á porta de casa o que me fez estranhar, se a casa era dele, deveria estar sozinha. Cruzamos as nossas mãos e ele tocou á campainha, abriram o portão daquela vivenda e entramos para o jardim e seguimos até casa dele com o Ezequiel um pouco atrás de nós. O Nico voltou a tocar á campainha e depois de esperarmos um pouco veio abrir a minha sogra e um senhor que eu nunca tinha visto, seria o meu sogro? A minha sogra rapidamente me cumprimentou alegremente e o senhor ficou sem saber o que fazer e eu apenas corava, até que o Nico nos apresentou.

Como reagiram os pais de Nico á presença de Ezequiel?
Será que aquele homem é o pai de Nico? Como correrá o Natal em terras argentinas?

2 comentários:

  1. os pais do Nico a presença do Ezequiel? Não sei, bem talvez e ainda melhor a da Rita não? ihih
    E espero que o Natal corra bem, tenho pena é do Ezequiel :c
    Mas pronto, ainda bem que o Nico e a Rita estão bem :D
    quero o próximo!!

    besos, Débora*

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  2. Fantástico...

    Quero mais... Tou super curiosa para ver o próximo...

    Continua...

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